Sabe aquele livro que ao terminar de lê-lo você sente que não é mais o mesmo? Que ao fechá-lo sente uma alegria e admiração boas de sentir? Foi exatamente assim que me senti ao terminar Alucinadamente Feliz ,
não imaginei que iria gostar tanto da leitura, mas enganei-me e confira abaixo o que achei.
Jenny Lawson está longe de ser uma pessoa comum. Ela mesma se considera colecionadora de transtornos mentais, já que é uma depressiva altamente funcional com transtorno de ansiedade grave, depressão clínica moderada, distúrbio de automutilação brando, transtorno de personalidade esquiva e um ocasional transtorno de despersonalização, além de tricotilomania (que é a compulsão de arrancar os cabelos). Por essa perspectiva, sua vida pode parecer um fardo insustentável. Mas não é. Após receber a notícia da morte prematura de mais um amigo, Jenny decide não se deixar levar pela depressão e revidar com intensidade, lutando para ser alucinadamente feliz. Mesmo ciente de que às vezes pode acabar uma semana inteira sem energia para levantar da cama, ela resolve que criará para si o maior número possível de experiências hilárias e ridículas a fim de encontrar o caminho de volta à sanidade. É por meio das situações mais inusitadas que a autora consegue encarar seus transtornos de forma direta e franca, levando o leitor a refletir sobre como a sociedade lida com os distúrbios mentais e aqueles que sofrem deles, sem nunca perder o senso de humor. Jenny parte do princípio de que ninguém deveria ter vergonha de assumir uma crise de ansiedade, ninguém deveria menosprezar o sofrimento alheio por ele ser psicológico, e não físico. Ao contrário, é justamente por abraçar esse lado mais sombrio da vida que se torna possível experimentar, com igual intensidade, não só a dor, mas a alegria.
Eu já esperava me divertir com esse livro, assim que soube de seu lançamento, não perdi tempo e comprei o livro e fui uma das melhores escolhas que fiz. Jenny Lawson é uma pessoa tão maravilhosa que se eu a conhecesse diria que é uma pessoa normal apenas com uma mente tão brilhante e com uma imaginação super fértil. Confesso que estou com um pouco de receio ao escrever essa resenha, a magnitude desse livro é tão grande que faltarão palavras para descrever essa experiência tão intensa que tive.
“Este é um livro engraçado sobre como viver com um transtorno mental. Parece uma combinação terrível, mas, falo por mim, tenho transtorno mental e algumas das pessoas mais hilárias que conheço também têm. Então, se você não gostar do livro, talvez só não seja louco o bastante para isso. No fim das contas, você sai ganhando de um jeito ou de outro.”
Parecia que ela estava conversando diretamente comigo e contando suas pérolas, a forma de escrita é bastante informal mas de uma maneira que se conecta com o leitor. eu precisava as vezes segurar o riso porque se não me chamariam de maluca mas depois pensei e daí? Eu quero rir sem problemas e julgamentos, a partir de agora vou ser Alucinadamente Feliz. Esse movimento foi criado com o intuito de pegar os momentos em que as coisas vão bem e torná-los os melhores possíveis, torná-los fantásticos e inesquecíveis porque são esses momentos que nos tornam quem somos e nos ajudam a se manter sã e bem.
Jenny é o tipo de pessoa que eu ou qualquer ser humano adoraria tê-la como amiga, porque todos temos um pouquinho de loucura ou precisa de um pouco. Por que afinal ser louco não é totalmente ruim, é na loucura que encontramos um pouco de sanidade, de sermos mais fortes e de superar nossos obstáculos. Uma coisa que refleti ao decorrer da leitura é que muitas das vezes chamamos as pessoas de loucas de uma maneira legal e outras de forma pejorativa e muitos não sabem nem o que é ser louco. E digo que constantemente não entendemos as pessoas que tem problemas mentais e distúrbios porque somos tão egoísta que não procuramos saber como são esses problemas, só vemos o lado ruim e criticamos.
Lawson tem vários problemas, um deles são distúrbio mentais, distúrbios do sono, depressão,TDA, ansiedade, artrite reumatoide, alérgica a látex etc. Mas ao ler o que ela escreve ela não parece ser alguém que imaginamos ser todo problemático e esquisito, é quase tão normal quanto nós. Ela tem uma família que a apoia,um marido que a ama, uma filha que ela ama e cuida com todo carinho e cuidado. Aprendi com a Jenny que muitas vezes era insensível inconscientemente sobre as pessoas que tem os mesmos problemas que ela, usamos termos errados para designar eles e comecei a entender como é esse mundo que vivem.
São inúmeras histórias e situações que são contadas no livro e é impossível você não rir, cada vez que descobrimos como é ser Jenny você começa a esperar qualquer coisa dela, desde a fantasia de cangurus a ter um guaxinim empalhado chamado Rory. O pai dela é taxidermista - técnica para conservar as características de um animal morto- dai sua paixão por animais empalhados. A história de como ela consegui o Rory é engraçada e o significado que ele tem é muito mais engraçada. Se você perceber ele é bem feliz e contagiante, se você olha pra ele tem vontade de rir e querer tê-lo em sua casa. “Seu desconcertante sorriso enorme faz as pessoas rirem (em geral por nervosismo e involuntariamente) sempre que eu o mostro. Ou às vezes elas gritam e se afastam. Acho que depende de se estar ou não esperando um guaxinim morto bizarramente alegre aparecer na sua frente”
A narrativa é tão envolvente que em alguns momentos consegui sentir uma empatia enorme, alguns relatos são um pouco triste mas a Jenny consegue deixá-los engraçados e menos tristes e que tenta superar seus problemas da melhor forma possível e muitas das vezes perde a batalha mas a guerra continua contra as vozes que tentam derrubá-la e dar fim a sua vida. Através de suas descrições comecei a perceber o quanto é mais difícil do que pensei lutar contra a depressão e distúrbios mentais e que para nós ser algo que se resolve com remédios e força de vontade da pessoa mas NÃO, essas pessoas precisam de nós, do nosso carinho e amor, da nossa compaixão e empatia. Precisam saber que estamos aqui para ajudá-las que as queremos vivas e que não nos importamos com esses problemas porque elas são pessoas incrivelmente e alucinadamente maravilhosas.
“ Eu sou alucinadamente feliz.
Não é uma cura para transtornos mentais… é uma arma, feita para o contra-ataque. É uma maneira de recuperar parte da alegria que lhe é roubada quando se é louca.”
Um dos pontos altos do livro são as hilárias discussões e diálogos entre ela e o marido Victor. A forma como ela pensa muitas das vezes chega a ser absurda e outras eu tive até que concordar mas Victor é mais centrado e certinho então perde um pouco a paciência e reage de várias maneiras engraçadas. Eu quase marquei todas as discussões desses dois porque quando eu me sentir triste ou com tédio pegarei esse livro para rir e me distrair. Outro ponto são as conversas que tem com sua psiquiatra ao relatar sobre suas ideias loucas- de uma forma boa- sobre seus remédios, as pessoas e alguns outros elementos. Identifiquei-me quando contou que pensa ter todas as doenças que ler na internet ou em algum outro lugar, quando claramente só estamos imaginando ter.
“Todo transtorno mental é diferente, porque toda pessoa é diferente. Não existem curas fáceis, mas há muitas ferramentas disponíveis agora que as pessoas finalmente estão começando a falar sobre o assunto.”
Jenny dá conselhos e fala de uma forma tocante e emocionante sobre depressão e seus outros transtornos, mostrando como são problemas sérios que não percebemos e muitas pessoas acham que depressão é uma frescura mas não é, pessoas perdem a guerra para essa doença que não tem cura mas que pode ser tratada e ser minimizada. Todos que conseguem enfrentar e vencer a batalha deveriam ganhar uma medalha e reconhecimento. Por que quando essa pessoa ganha essa batalha não recebe a mesma admiração e comemoração quando uma pessoa com câncer se cura? Porque não sabemos o quão grave e difícil é essa luta. É chato você dizer para alguém que passa por isso e não é muito religioso que se rezasse mais estaria bem. O método de sentir-se feliz e melhor depende de cada um, não é porque você sente-se bem de um jeito que outra pessoa será assim também.
“ Espero um dia melhorar, e tenho certeza de que vou conseguir. Espero um dia viver num mundo em que a luta particular pela estabilidade mental seja vista com orgulho e torcida pública em vez de vergonha. E também espero isso de você. “
Uma coisa que eu amei e que parecia que eu estava lendo uma outra versão minha é que a Jenny tem varias coisas em comum comigo, ela adora assistir Doctor Who - já amo você garota-, gosta de The Walking Dead, do Alan Rickman - Meu Deus eu amo ele demais- do David Tennant esse homem que todas querem beijar, agarrar, não tem como ser normal quando falamos do Tennant e mais ela citou O Hobbit- outro paixão que tenho- Harry Potter, Star Wars e Game of Thornes. Posso dizer que eu estava amando tudo o que lia e ficava imaginando como nos daríamos bem. Ainda de brinde soube o nome de vários animais que desconhecia e conheci outros animais.
A autora tem um grande problema com ansiedade então muitas das vezes acaba ficando reclusa ou não conseguindo fazer o quer. O legal foi perceber que depois de um tempo as pessoas ao seu redor vão se acostumando e amando e adorando do jeito que ela é. Porque é disso que ela e outros como ela precisam de apoio e empatia. Eu daria várias medalhas pra ela por ser tão forte que ela nem imagina, em conseguir contar e expressar o que é ter esses transtornos e lidar com eles de uma forma bem humorada que acaba conquistando o carinho de seus leitores.
“Meus remédios não me definem. Não sou psicótica. Nao sou perigosa. Os remédios são só uma pitada de sal. Um pouco de tempero para a vida, se preferir assim. Suas batatas assadas ficariam bem sem eles, mas qualquer um diria que aquela pitada de sal pode fazer toda a diferença. Eu sou as suas batatas. E fico melhor com sal.”
Jenny tem um pouco de nós e nós dela, seus medos são compreensíveis, só são na maioria das vezes um pouco além do que conhecemos e achamos comum ou são mais agravados do que estamos acostumados. Eu sou um pouco ansiosa então em algumas partes entendi as situações e dificuldades que tem ao lidar no dia a dia. Controlar a ansiedade é muito difícil pra mim imagina pra ela que mesmo com tratamento tem algumas restrições. A ansiedade dela já a deixou entrar em pânico, a ser extremamente precavida, ela pensava que iria se perder e nunca mais encontrar sua casa quando viajava ou as vezes sentia tanta ansiedade que transforma-se em medo e o medo em excesso faz mal e muitos acham isso uma bobagem mas não é, o medo atrapalha e foi em um desses capítulos que Neil Gaiman falou uma frase inspiradora “ Finja que é boa nisso” quando ela não conseguia gravar o audiobook de seu livro.
“ Todos nós temos a nossa cota de tragédia, insanidade ou drama o que faz toda a diferença é o que fazemos com esse horror.”
Podia ser mais fácil mas não melhor
essa frase nunca fez tanto sentido quando li esse livro, as vezes tudo o que queremos é que algumas vezes a vida seja um pouco mais fácil mas será que seria melhor? Será que ter menos obstáculos, perdas e derrotas seria melhor? Quando conseguimos vencer uma batalha, ou alcançar um sonho a sensação que temos não é maravilhosa? Você sente que pode enfrentar tudo e qualquer coisa e pode mesmo, desde que você seja você e nunca desista de lutar e perceber que existe pessoas que querem seu bem e seu melhor, e não. não estou sendo clichê, estou falando uma verdade que poucos acreditam. Jenny mostrará pra você que estou falando a verdade e que ela tem muitos ensinamentos pra lhe dar.
“Quando reconhecemos nossas batalhas, outras pessoas reconhecem as suas. E, de repente, percebemos que as coisas que nos envergonham são as mesmas que todo mundo enfrenta uma hora ou outra. Estamos muito menos sós do que pensamos.”
Eu fiquei bastante tocada e apaixonada por esse livro, é uma leitura que não só nos ajuda a entender melhor pessoas com transtornos e outros problemas que não entendemos como também ajuda a aumentar a nossa autoestima e sermos quem quisermos sem medo e sermos apenas Alucinadamente Feliz.
A diagramação está ótima e confortável, a tradução está boa e consegui perceber o belo trabalho e cuidado que o tradutora Andrea Gottlieb de Castro Neves teve ao manter algumas frases em inglês ou tentar traduzir de uma forma que entendamos e aproxime-se de nós. Essa capa é uma das melhores que já vi ou tenho, o espanto e curiosidade que causa nas pessoas é insuperável além disso ela contém toda a essência e proposta que o
livro traz. Eu não sabia que a autora tinha outro livro publicado aqui no Brasil chamado Vamos fazer de conta que isso nunca aconteceu
e agora quero mais do que nunca ler esse livro, na verdade quero ler tudo que a Jenny escrever pois ela já ganhou uma fã.
Não deixem de ler esse livro, eu recomendo demais e espero que vocês sintam-se tão diferentes e mais risonhos quando terminarem de ler essa obra.
Seja feliz na frente das pessoas que detestam você. Assim, elas saberão que não afetaram. Além do mais, vão ficar putas da vida.
não imaginei que iria gostar tanto da leitura, mas enganei-me e confira abaixo o que achei.
Jenny Lawson está longe de ser uma pessoa comum. Ela mesma se considera colecionadora de transtornos mentais, já que é uma depressiva altamente funcional com transtorno de ansiedade grave, depressão clínica moderada, distúrbio de automutilação brando, transtorno de personalidade esquiva e um ocasional transtorno de despersonalização, além de tricotilomania (que é a compulsão de arrancar os cabelos). Por essa perspectiva, sua vida pode parecer um fardo insustentável. Mas não é. Após receber a notícia da morte prematura de mais um amigo, Jenny decide não se deixar levar pela depressão e revidar com intensidade, lutando para ser alucinadamente feliz. Mesmo ciente de que às vezes pode acabar uma semana inteira sem energia para levantar da cama, ela resolve que criará para si o maior número possível de experiências hilárias e ridículas a fim de encontrar o caminho de volta à sanidade. É por meio das situações mais inusitadas que a autora consegue encarar seus transtornos de forma direta e franca, levando o leitor a refletir sobre como a sociedade lida com os distúrbios mentais e aqueles que sofrem deles, sem nunca perder o senso de humor. Jenny parte do princípio de que ninguém deveria ter vergonha de assumir uma crise de ansiedade, ninguém deveria menosprezar o sofrimento alheio por ele ser psicológico, e não físico. Ao contrário, é justamente por abraçar esse lado mais sombrio da vida que se torna possível experimentar, com igual intensidade, não só a dor, mas a alegria.
Eu já esperava me divertir com esse livro, assim que soube de seu lançamento, não perdi tempo e comprei o livro e fui uma das melhores escolhas que fiz. Jenny Lawson é uma pessoa tão maravilhosa que se eu a conhecesse diria que é uma pessoa normal apenas com uma mente tão brilhante e com uma imaginação super fértil. Confesso que estou com um pouco de receio ao escrever essa resenha, a magnitude desse livro é tão grande que faltarão palavras para descrever essa experiência tão intensa que tive.
“Este é um livro engraçado sobre como viver com um transtorno mental. Parece uma combinação terrível, mas, falo por mim, tenho transtorno mental e algumas das pessoas mais hilárias que conheço também têm. Então, se você não gostar do livro, talvez só não seja louco o bastante para isso. No fim das contas, você sai ganhando de um jeito ou de outro.”
Parecia que ela estava conversando diretamente comigo e contando suas pérolas, a forma de escrita é bastante informal mas de uma maneira que se conecta com o leitor. eu precisava as vezes segurar o riso porque se não me chamariam de maluca mas depois pensei e daí? Eu quero rir sem problemas e julgamentos, a partir de agora vou ser Alucinadamente Feliz. Esse movimento foi criado com o intuito de pegar os momentos em que as coisas vão bem e torná-los os melhores possíveis, torná-los fantásticos e inesquecíveis porque são esses momentos que nos tornam quem somos e nos ajudam a se manter sã e bem.
Jenny é o tipo de pessoa que eu ou qualquer ser humano adoraria tê-la como amiga, porque todos temos um pouquinho de loucura ou precisa de um pouco. Por que afinal ser louco não é totalmente ruim, é na loucura que encontramos um pouco de sanidade, de sermos mais fortes e de superar nossos obstáculos. Uma coisa que refleti ao decorrer da leitura é que muitas das vezes chamamos as pessoas de loucas de uma maneira legal e outras de forma pejorativa e muitos não sabem nem o que é ser louco. E digo que constantemente não entendemos as pessoas que tem problemas mentais e distúrbios porque somos tão egoísta que não procuramos saber como são esses problemas, só vemos o lado ruim e criticamos.
Lawson tem vários problemas, um deles são distúrbio mentais, distúrbios do sono, depressão,TDA, ansiedade, artrite reumatoide, alérgica a látex etc. Mas ao ler o que ela escreve ela não parece ser alguém que imaginamos ser todo problemático e esquisito, é quase tão normal quanto nós. Ela tem uma família que a apoia,um marido que a ama, uma filha que ela ama e cuida com todo carinho e cuidado. Aprendi com a Jenny que muitas vezes era insensível inconscientemente sobre as pessoas que tem os mesmos problemas que ela, usamos termos errados para designar eles e comecei a entender como é esse mundo que vivem.
São inúmeras histórias e situações que são contadas no livro e é impossível você não rir, cada vez que descobrimos como é ser Jenny você começa a esperar qualquer coisa dela, desde a fantasia de cangurus a ter um guaxinim empalhado chamado Rory. O pai dela é taxidermista - técnica para conservar as características de um animal morto- dai sua paixão por animais empalhados. A história de como ela consegui o Rory é engraçada e o significado que ele tem é muito mais engraçada. Se você perceber ele é bem feliz e contagiante, se você olha pra ele tem vontade de rir e querer tê-lo em sua casa. “Seu desconcertante sorriso enorme faz as pessoas rirem (em geral por nervosismo e involuntariamente) sempre que eu o mostro. Ou às vezes elas gritam e se afastam. Acho que depende de se estar ou não esperando um guaxinim morto bizarramente alegre aparecer na sua frente”
A narrativa é tão envolvente que em alguns momentos consegui sentir uma empatia enorme, alguns relatos são um pouco triste mas a Jenny consegue deixá-los engraçados e menos tristes e que tenta superar seus problemas da melhor forma possível e muitas das vezes perde a batalha mas a guerra continua contra as vozes que tentam derrubá-la e dar fim a sua vida. Através de suas descrições comecei a perceber o quanto é mais difícil do que pensei lutar contra a depressão e distúrbios mentais e que para nós ser algo que se resolve com remédios e força de vontade da pessoa mas NÃO, essas pessoas precisam de nós, do nosso carinho e amor, da nossa compaixão e empatia. Precisam saber que estamos aqui para ajudá-las que as queremos vivas e que não nos importamos com esses problemas porque elas são pessoas incrivelmente e alucinadamente maravilhosas.
“ Eu sou alucinadamente feliz.
Não é uma cura para transtornos mentais… é uma arma, feita para o contra-ataque. É uma maneira de recuperar parte da alegria que lhe é roubada quando se é louca.”
Um dos pontos altos do livro são as hilárias discussões e diálogos entre ela e o marido Victor. A forma como ela pensa muitas das vezes chega a ser absurda e outras eu tive até que concordar mas Victor é mais centrado e certinho então perde um pouco a paciência e reage de várias maneiras engraçadas. Eu quase marquei todas as discussões desses dois porque quando eu me sentir triste ou com tédio pegarei esse livro para rir e me distrair. Outro ponto são as conversas que tem com sua psiquiatra ao relatar sobre suas ideias loucas- de uma forma boa- sobre seus remédios, as pessoas e alguns outros elementos. Identifiquei-me quando contou que pensa ter todas as doenças que ler na internet ou em algum outro lugar, quando claramente só estamos imaginando ter.
“Todo transtorno mental é diferente, porque toda pessoa é diferente. Não existem curas fáceis, mas há muitas ferramentas disponíveis agora que as pessoas finalmente estão começando a falar sobre o assunto.”
Jenny dá conselhos e fala de uma forma tocante e emocionante sobre depressão e seus outros transtornos, mostrando como são problemas sérios que não percebemos e muitas pessoas acham que depressão é uma frescura mas não é, pessoas perdem a guerra para essa doença que não tem cura mas que pode ser tratada e ser minimizada. Todos que conseguem enfrentar e vencer a batalha deveriam ganhar uma medalha e reconhecimento. Por que quando essa pessoa ganha essa batalha não recebe a mesma admiração e comemoração quando uma pessoa com câncer se cura? Porque não sabemos o quão grave e difícil é essa luta. É chato você dizer para alguém que passa por isso e não é muito religioso que se rezasse mais estaria bem. O método de sentir-se feliz e melhor depende de cada um, não é porque você sente-se bem de um jeito que outra pessoa será assim também.
“ Espero um dia melhorar, e tenho certeza de que vou conseguir. Espero um dia viver num mundo em que a luta particular pela estabilidade mental seja vista com orgulho e torcida pública em vez de vergonha. E também espero isso de você. “
Uma coisa que eu amei e que parecia que eu estava lendo uma outra versão minha é que a Jenny tem varias coisas em comum comigo, ela adora assistir Doctor Who - já amo você garota-, gosta de The Walking Dead, do Alan Rickman - Meu Deus eu amo ele demais- do David Tennant esse homem que todas querem beijar, agarrar, não tem como ser normal quando falamos do Tennant e mais ela citou O Hobbit- outro paixão que tenho- Harry Potter, Star Wars e Game of Thornes. Posso dizer que eu estava amando tudo o que lia e ficava imaginando como nos daríamos bem. Ainda de brinde soube o nome de vários animais que desconhecia e conheci outros animais.
A autora tem um grande problema com ansiedade então muitas das vezes acaba ficando reclusa ou não conseguindo fazer o quer. O legal foi perceber que depois de um tempo as pessoas ao seu redor vão se acostumando e amando e adorando do jeito que ela é. Porque é disso que ela e outros como ela precisam de apoio e empatia. Eu daria várias medalhas pra ela por ser tão forte que ela nem imagina, em conseguir contar e expressar o que é ter esses transtornos e lidar com eles de uma forma bem humorada que acaba conquistando o carinho de seus leitores.
“Meus remédios não me definem. Não sou psicótica. Nao sou perigosa. Os remédios são só uma pitada de sal. Um pouco de tempero para a vida, se preferir assim. Suas batatas assadas ficariam bem sem eles, mas qualquer um diria que aquela pitada de sal pode fazer toda a diferença. Eu sou as suas batatas. E fico melhor com sal.”
Jenny tem um pouco de nós e nós dela, seus medos são compreensíveis, só são na maioria das vezes um pouco além do que conhecemos e achamos comum ou são mais agravados do que estamos acostumados. Eu sou um pouco ansiosa então em algumas partes entendi as situações e dificuldades que tem ao lidar no dia a dia. Controlar a ansiedade é muito difícil pra mim imagina pra ela que mesmo com tratamento tem algumas restrições. A ansiedade dela já a deixou entrar em pânico, a ser extremamente precavida, ela pensava que iria se perder e nunca mais encontrar sua casa quando viajava ou as vezes sentia tanta ansiedade que transforma-se em medo e o medo em excesso faz mal e muitos acham isso uma bobagem mas não é, o medo atrapalha e foi em um desses capítulos que Neil Gaiman falou uma frase inspiradora “ Finja que é boa nisso” quando ela não conseguia gravar o audiobook de seu livro.
“ Todos nós temos a nossa cota de tragédia, insanidade ou drama o que faz toda a diferença é o que fazemos com esse horror.”
Podia ser mais fácil mas não melhor
essa frase nunca fez tanto sentido quando li esse livro, as vezes tudo o que queremos é que algumas vezes a vida seja um pouco mais fácil mas será que seria melhor? Será que ter menos obstáculos, perdas e derrotas seria melhor? Quando conseguimos vencer uma batalha, ou alcançar um sonho a sensação que temos não é maravilhosa? Você sente que pode enfrentar tudo e qualquer coisa e pode mesmo, desde que você seja você e nunca desista de lutar e perceber que existe pessoas que querem seu bem e seu melhor, e não. não estou sendo clichê, estou falando uma verdade que poucos acreditam. Jenny mostrará pra você que estou falando a verdade e que ela tem muitos ensinamentos pra lhe dar.
“Quando reconhecemos nossas batalhas, outras pessoas reconhecem as suas. E, de repente, percebemos que as coisas que nos envergonham são as mesmas que todo mundo enfrenta uma hora ou outra. Estamos muito menos sós do que pensamos.”
Eu fiquei bastante tocada e apaixonada por esse livro, é uma leitura que não só nos ajuda a entender melhor pessoas com transtornos e outros problemas que não entendemos como também ajuda a aumentar a nossa autoestima e sermos quem quisermos sem medo e sermos apenas Alucinadamente Feliz.
A diagramação está ótima e confortável, a tradução está boa e consegui perceber o belo trabalho e cuidado que o tradutora Andrea Gottlieb de Castro Neves teve ao manter algumas frases em inglês ou tentar traduzir de uma forma que entendamos e aproxime-se de nós. Essa capa é uma das melhores que já vi ou tenho, o espanto e curiosidade que causa nas pessoas é insuperável além disso ela contém toda a essência e proposta que o
livro traz. Eu não sabia que a autora tinha outro livro publicado aqui no Brasil chamado Vamos fazer de conta que isso nunca aconteceu
e agora quero mais do que nunca ler esse livro, na verdade quero ler tudo que a Jenny escrever pois ela já ganhou uma fã.
Não deixem de ler esse livro, eu recomendo demais e espero que vocês sintam-se tão diferentes e mais risonhos quando terminarem de ler essa obra.
Seja feliz na frente das pessoas que detestam você. Assim, elas saberão que não afetaram. Além do mais, vão ficar putas da vida.
Por Thaís Marinho
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