As Musas | Resenha

Título: As Musas
Autor: Alex Michaelides 
Editora: Editora Record
Páginas: 351 páginas
Gênero: Suspense Psicológico / Thriller
Ano: 2021

Sinopse: Edward Fosca é um assassino. Disso Mariana tem certeza. Mas Fosca é intocável. Esse belo e carismático professor de tragédia grega na Universidade de Cambridge é adorado tanto pelos funcionários quanto pelos alunos da instituição — principalmente pelas integrantes de uma sociedade secreta de alunas conhecida como "As Musas".

Mariana Andros é uma brilhante terapeuta de grupo assombrada por tragédias pessoais. Ela fica obcecada pelas Musas quando uma de suas integrantes, Zoe, é encontrada morta a facadas.
Mariana, como ex-aluna de Cambridge, logo suspeita que, por trás da beleza do prédio medieval que abriga a instituição secular e suas antigas tradições, repousa algo sinistro. E acaba se convencendo de que, apesar de ter um álibi, Edward Fosca é o responsável pelo assassinato. Mas por que o professor teria como alvo uma de suas alunas? E por que ele continua retornando aos ritos de Perséfone e sua jornada ao Submundo?
Quando outro cadáver é encontrado, a obsessão de Mariana em provar a culpa de Fosca sai do controle, ameaçando destruir sua credibilidade, além de seus relacionamentos mais próximos. Mesmo assim, ela está determinada a deter esse assassino, ainda que lhe custe tudo, inclusive a própria vida.

Se você gostou de PACIENTE SILENCIOSA, certamente precisa conhecer o novo livro do autor Alex Michaelides. Intitulado AS MUSAS, aqui no Brasil mistura suspense psicológico, e uma atmosfera gótica, sem esquecer de mergulhar de cabeça - mais uma vez- no âmbito da psicoterapia. Mesmo sendo inferior ao primeiro, este, ainda sim, é uma ótima experiência.

Escrito em grande parte durante a pandemia, em AS MUSAS acompanhamos Mariana, uma psicoterapeuta, especializada em terapia em grupo. Viúva aos 36 anos, Mariana perdeu seu marido Sebastian afogado em uma viagem à Grécia, uma ano antes e vive em meio ao luto. Contudo, uma ligação de sua sobrinha Zoe, promete virar sua vida de ponta cabeça.

Zoe é estudante de Cambridge, e avisa a tia que sua melhor amiga desapareceu, e em prantos pede que Mariana vá ao seu encontro. 

Ao chegar, nossa protagonista é recepcionada pela policia confirmando que um corpo foi encontrado nas imediações da instituição, e que este era da amiga de Zoe.

A fim de ajudar sua sobrinha acerca de sua perda e para lutar contra seus próprios demônios, Mariana mergulha em  uma investigação, onde acredita que Edward Fosca, um professor de Grego clássicos bonito e carismático que tem seguidores como um culto é o principal suspeito. Até que ponto Mariana tem razão? É isso que descobriremos através desta leitura, que não é tão envolvente e imersiva quanto Paciente silenciosa, mas suas reviravoltas honestas te prendem do início ao fim.

O livro começa com uma narrativa lenta com inúmeras descrições nostálgicas de viagens e de como é Cambridge, No entanto, quando pega o ritmo uma sucessão de acontecimentos se desencadeia. Com seu ambiente de assassinatos ritualísticos, mitos antigos, a história é um thriller gótico, apesar de seu cenário contemporâneo.

Mariana, não é a melhor das personagens, pelo contrário ela é chata e entediante, mas os que a cercam tem seu valor, além de trazem conteúdos ainda mais interessantes...

Por falar em interessante, o autor trouxe nesta obra algo que admiro demais, que são conexões. Ele conseguiu conectar ambas histórias [ As Musas e Paciente silenciosa], como um easter egg delicioso. As Musas se passa antes de Paciente Silenciosa, mas quem leu o primeiro livro do autor, estará familiarizado com alguns dos nomes mencionados ao longo da trama, sem impactar as leituras independentes.

AS MUSAS, é aquele tipo de livro que o fará desconfiar de absolutamente todos os envolvidos, mas dificilmente você irá acertar, e é isso que faz a construção dos livros de autor Alex Michaelides fascinante. Suas obras fogem do convencional e brincam com nossas mentes. Assim como os personagens de suas histórias, somos conduzidos ao erro, e neste caso, é um deleite se enganar.