Crítica | Heartstopper


Fazia um tempo que uma série não mexia tanto comigo. Heartstopper, foi uma história que nasceu da necessidade de Alice Oseman contar a relação de Charlie e Nick. De como eles superaram as adversidades e se consolidaram enquanto casal que conhecemos em seu primeiro livro “Um ano solitário”; e dos desafios da adolescência e como o mundo e os jovens são cruéis, quando querem.

Heartstopper é um clichê LGBTQIA+ que se utiliza do romance como fio condutor mas que, ao longo dos 8 episódios, aborda temas extremamente relevantes como homofobia, transfobia, bullying, representatividade, descoberta da sexualidade, amor, aceitação e depressão de uma maneira muito didática e respeitosa.


Como leitora dos quadrinhos que serviram de base para a série, me senti emocionada ao ver tudo que li sendo transportado para o áudio visual com tanta fidelidade. Diálogos, fotografia e até mesmo a utilização do formato de HQ para elucidar cenas onde precisávamos entender o que ambos sentiam, foi de muito cuidado e carinho com o fã. Tal escolha de contação de história é relevante não somente para quem conhece a obra original, mas também vai encantar os que conhecerão Heartstopper agora.

A escolha das cores em Heartstopper é um show a parte. Quando vemos a Elle em sala de aula é possível perceber as cores da bandeira do orgulho transgênero nas paredes; já quando vemos Charlie e Nick juntos, as cores amarela e azul são predominantes, seja nas roupas, nas paredes da escola, no guarda-chuva, nas toalhas de praia… tais cores que se intercalam entre os personagens e transmitem positividade, bondade, inocência; assim como a calma, integridade e a saúde mental respectivamente.

A cinematografia por diversos momentos se utiliza da iluminação para que arco-íris sujam como reflexo. Esses detalhes fazem muita diferença. Pode acreditar.

Heartstopper emociona a cada reviravolta, a cada descoberta, a cada situação onde nos vemos no lugar dos personagens… Emoções que tocam em lugares diferentes da alma; Mas encanta também; muito porque, parte da comunidade ou não, leitor ou não, vai se identificar com o que nos é apresentado, e isso, sem dúvida é a melhor experiência que uma produção possa oferecer. Identificação!

Identificação cria laços, empatia e isso torna uma história 10 vezes mais relevante, e é isso que torna Heartstopper tão especial e necessária, principalmente em tempos onde a intolerância ainda é algo tão palpável. Que gritem ao mundo que amor é amor.


Com 8 episódios, Heartstopper já está disponível na Netflix!

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