Crítica | Babilônia


 “Babilonia”, dirigido e escrito por Damien Chazelle (La La Land, Whiplash), não conta uma história, mas apresenta o que fez parte dela: decadência, depravação e excessos escandalosos levam à ascensão e queda de vários sonhadores ambiciosos na Hollywood dos anos 1920.

O filme conta com um grande elenco, que, tirando Margot Robbie, entrega mais do mesmo. Entregando momentos de riso fácil, a direção se destaca por conseguir, em meio ao caos, evidenciar quem precisa ser evidenciado. A parte mais interessante do filme se encontra nas suas intenções, porque falta o resultado no que realmente foi feito,  Dana Stevens afirma sobre o aspecto visual do filme "Chazelle está sempre encantando o espectador com sua imaginação visual e paixão pela história do cinema, mas essa espectadora poderia ter ficado um pouco menos impressionada", disse ela, lamentando o exagero de certas cenas.

No fundo, entendemos que o diretor recorreu ao exagero em todos os lados buscando brincar com a história bíblica, que retrata babilônia como uma cidade linda, mas repleta de pecados e depravações, lembrando também a torre de babel, que é marcada pela confusão, desentendimento e exageros humanos, que almejando alcançar os céus, acaba apenas alcançando o caos. 

Além de deixar evidente a apreciação do diretor pela história do cinema hollywoodiano, o filme mostra também a exaltação por parte do criador; que vê com paixão e desespero esse mercado, como se a magia fosse se quebrando com o tempo, relatando os absurdos vividos na indústria. 

Um filme que apesar de tudo (e eu incluo o tudo com exagero), não passa disso, uma reunião caótica sobre a degradação da ilusão sobre fazer cinema. Um exagero nos clichês, no caos, nas conquistas, no desespero. Se tornando depois da metade do filme, até levemente forçado, abandonando a proximidade com o público, que não consegue se identificar com a história narrada, que perde credibilidade a cada passo rumo ao caos que vemos ser construído diante dos nossos olhos. 

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