O mais novo filme do diretor Steven Spielberg, “Os Fabelmans”, é um relato pessoal e singelo sobre o nascimento da paixão de se fazer filmes. No longa (premiado no Globo de Ouro desse ano como melhor filme de drama, e premiando o diretor com o prêmio de direção) o jovem Sammy Fabelman se apaixona por filmes depois que seus pais o levam para ver "The Greatest Show on Earth". Armado com uma câmera, Sammy começa a fazer seus próprios filmes em casa.
Para quem acompanha a trajetória do diretor, o roteiro tem todos os pontos de virada da vida pessoal de Spielberg. O que trás para o filme um tom simplista e mágico. As pequenas nuances do enredo sendo criadas com leveza e delicadezas, nos fazendo rir, chorar, sentirmos raiva. O filme puxa o público para perto, sentando-o ao lado do protagonista e contando com um sorriso de canto de boca cada uma das linhas daquele roteiro.
Não temos um show de fotografia, ou efeitos especiais esplêndidos. O que temos é a vida, que de forma incrível é passada através da direção de Steven. Acho que poucos artistas têm a oportunidade de contar a sua história da forma com a qual Spielberg contou. Se envolvendo tão profundamente e abrindo partes ocultas e íntimas de sua vida da forma como ele faz aqui. Uma câmera que conversa, se afasta e se aproxima, acompanha os sentimentos, medos e sonhos que o pequeno Sam desvenda.
Queria muito poder me alongar nesse texto, falar sobre cada um dos personagens e detalhes, mas acredito que esse seja um filme capaz de tocar cada um de uma forma diferente. As atuações são impecáveis em sua humanidade, onde conseguimos sentir os pensamentos de forma palpável apenas com o olhar deles. Uma história envolta de sentimentos humanos e singelos, que abrigam a mente de todos.
Aqui abro um espaço para ser um pouco pessoal: Sai da sala com a certeza de ser o meu filme favorito do diretor, me senti abraçada e representada na tela, chorei e sorri em momentos tão pequenos, que só com o olhar do ator eu conseguia compreender a emoção. Ser artista é um ato muito solitário, e na maior parte do tempo não nos sentimos compreendidos, e ver ali, emoções, sensações e até mesmo a solidão compartilhada com o protagonista, foi um abraço na minha alma, que naquele momento sentiu que não estava sozinha no mundo.
No mais, espero que aproveitem o filme, que possam aproveitar essas nuances singelas humanas, e que se sintam parte dos Fabelmans assim como eu me sentir sentada na sala do cinema.
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