Crítica | Gênio Diabólico - Qual o valor de uma vida?


Primeiramente, quando vi a sinopse desse documentário pensei que fosse uma série  ficcional, mas quando comecei a assistir percebi que era baseado em fatos reais, tendo como pano de fundo o caso bizarro da morte de um entregador de pizza que assaltou um banco com uma bomba no pescoço, sendo um dos casos mais bizarros da história. 

Com quatro episódios de quarenta e cinco até cinquenta e três minutos, o primeiro episódio é bem introdutório ao mostrar como se deu o evento, nomeado depois como Collar Bomb ou Pizza Bomber, que ficou marcado na história da cidade de Erie, Pensilvânia. São mostradas imagens reais de como se deu o assalto até a morte de Brian Wells e eventos futuros.

Os primeiros fatos relatados são pela polícia, em como foi todo o processo e como reagiram ao acontecimento bizarro, e a principal premissa para eles é: Brian Wells teria sido vítima ou cúmplice do crime?


No entanto, antes de começar a história é apresentada uma mulher e algumas de suas características que deveriam ser lembradas depois, o que já me deixou intrigada, e a cada episódio novas características eram introduzidas e mostrada qual a relação da mulher com a morte de Brian Wells.

Conforme a história é contada pela visão da polícia, conhecemos os suspeitos e como eles se ligaram, mas sempre sob a sombra da premissa: Brian Wells: culpado ou inocente, até certo ponto da história há uma ruptura e os suspeitos ganham voz através das gravações feitas na época do evento.

A série também mostra as falhas que os órgãos responsáveis cometeram, a disputa entre o FBI, ATF e a polícia local de conseguir solucionar primeiro o caso, sendo assim ocultam novas pistas e não colaboram entre si de forma homogênea, confesso que fiquei abismada com essa disputa e jogo de poder. Assim, as pessoas que estavam envolvidas com o caso relatam como se sentiram e como tentaram achar um sentido para tudo, já que as peças começam a se encaixar depois de anos com novas pistas e tecnologias. 

Embora todo o enredo seja voltado para Brian Wells, a personagem principal é Marjorie Diehl-Armstrong, uma mulher bonita, inteligente e com um grande poder de manipulação que conseguiu dominar tantos homens em toda a sua vida. Ao mesmo tempo que mergulhamos para tentar entender todo esse caso, conhecemos os suspeitos, suas histórias e as várias consequências que se seguiram.


O que mais me impactou na série foi a construção do documentário, como o criador conduziu muito bem e de forma perturbadora essa história que por si só já é bastante bizarra, mas consegue se superar fazendo com que eu terminasse a série documental com um sentimento inexplicável e com um nó na garganta, pois a série é bastante intensa e vidrante ao ponto de não conseguir acreditar que essa história realmente aconteceu.

A todo momento fiquei perguntando até onde era possível confiar nos relatos dos criminosos, principalmente quando esses eram de Marge, porque como foi provado a mulher era uma doente mental, mas com uma capacidade de manipulação tão forte que era questionável os diagnósticos dos psiquiátricos.

Não consigo achar um ponto negativo no documentário, em quatro episódios conseguiram sintetizar bem a história de Marjorie e o caso do Pizza Bomb, pois essa história é bastante complexa e os vários pontos incongruentes são respondidos ao longo dos episódios, os irmãos Duplass não nos deixam sozinhos nessa investigação para saber o que motivou o Pizza Bomber e se de fato Brian era inocente ou culpado, pois as únicas lacunas deixadas pela série são impossíveis de serem respondidas já que muitas das verdades foram levadas para o túmulo com os criminosos.

Os depoimentos dos familiares, amigos e até suspeitos só deixaram a história mais sem sentido e intensa, perceber que esse acontecimento afetou famílias e amigos só agravou o sentimento de melancolia e compaixão, em contrapartida com os suspeitos o sentimento foi de terror e assombro, esse antagonismo só contribuiu para deixar a série mais marcante e perturbadora, dessa forma terminei o documentário me sentindo muito mal e sem palavras 

A Netflix tem feito bons documentários e podemos perceber que esse gênero tem sido crescente entre as pessoas. 
                                                                
                                                                                                        Por Thaís Marinho

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