Resenha | O Jogo do Coringa

Título: O Jogo do Coringa
Autor: Marie Lu
Editora: Fantástica Rocco
Páginas: 304
Gênero: 
Aventura / Ficção científica
Ano: 2019
Adicione: Skoob
Onde comprar: Americanas | Submarino | Amazon
Sinopse: ESTÁ NA HORA DE UMA REVANCHE!Emika Chen quase não conseguiu sair viva do campeonato de Warcross. Agora que ela sabe a verdade por trás do algoritmo e Hideo no NeuroLink, ela não pode mais confiar na pessoa que ela mais acreditava estar do seu lado.
Determinada a parar os terríveis planos de Hideo, Emika e os Phoenix Riders se juntam para lutar contra uma nova ameaça a solta nas ruas iluminadas de Tokyo.
Entretanto, ela vai descobrir que tudo tem seu preço e que a história por trás de Zero vai muito além do que ela achava que conhecia.
Uma vez dentro dessa história, o único caminho é seguir em frente. Determinada a salvar todos que ama, Emika não vai poupar esforços para descobrir a verdade sobre a história da família de Hideo, destruir seu algoritmo e salvar o mundo de Warcross.

Eu estava completamente louca e ansiosa para ler este livro, porque eu sou muito fã dos livros escritos pela Marie Lu, e depois do final de Warcross, que tornou-se aliás um dos melhores livros que li da autora, não poderia estar mais ansiosa para devorar a história assim que tivesse em mãos. Antes de começar a resenha, quero dizer que vocês não têm ideia do que é o desfecho desta saga, mas vou ajudar um pouquinho a ter com o que achei abaixo



Após a descoberta do verdadeiro plano de Hideo, nossa heroína terá que impedir a pessoa que ela mais confiava, no entanto a trajetória será árdua e excruciante.


Nos capítulos iniciais já somos bombardeados por cenas explosivas de ação e alta tensão, sem tempo para que possamos analisar ou refletir os últimos eventos, já que a narrativa já começa com dias após o primeiro livro, ou seja, esteja preparado,já que depois do play você só vai parar de ler quando chegar a fase final da história.

Ladra.
Não, respondo, meu pensamento final. sou uma caçadora de recompensas. (pag.270)


Acho impressionante como fico tão conectada com a Emi, parece que entrei no seu Neurolink assim que  li a primeira linha do livro, porque era muito palpável suas emoções, como a angústia e tristeza que sentia por ter lutado por algo que no final era diferente dos seus ideais, e principalmente os sentimentos contraditórios que tinha por Hideo, pois afinal não era fácil esquecê-lo e nem acreditar que ele pudesse ser um monstro. Estava entre o amor por Hideo e o dever de impedir que o mesmo domine a mente de todos e se torne um Deus.


Ele já foi a mão que me salvou. Agora, tenho que ser a dele (pag.24)


A personagem é tão independente e determinada que quando é obrigada a trabalhar com os Blackcoats para impedir o plano de Hideo acaba sendo uma experiência bastante incomum para Ems. Mas trabalhar com esse grupo significava conhecer melhor que era Zero e quais mistérios o cercavam. Preciso dizer que eu estava ávida para conhecê-lo tanto quanto Emi, visto que o que ele já fez e é capaz de fazer é de impressionar e ao mesmo tempo assustar qualquer um .


– Você não é uma loba solitária, Em. Se vão atrás de você, é melhor pouparem tempo e virem atrás da gente também. Você é uma Phoenix Rider. Somos uma equipe por um motivo. (pag.116)


Ems sempre foi uma garota que trabalhou sozinha e nunca teve amigos, mas quando conheceu os Phoenix Riders, ganhou não apenas grande amizades, mas também uma família, que junto com ela lutarão para restabelecer o controle.
Falando de coisas impressionantes, adentrar o mundo de Warcross é uma experiência mágica e empolgante, porque parece que de fato estamos em um mundo virtual que não parece impossível de existir, uma realidade virtual que aproxima-se bastante do “real”. Ao mesmo tempo que acompanhamos a trajetória da Ems, adentramos juntos nesse universo.


Estou andando em uma corda bamba entre Hideo e Zero, o algoritmo e os Blackcoats. E tenho que tomar muito cuidado para não escorregar. (p.102)


Como toda narrativa, o enredo vai subindo o nível de tensão e o jogo estava ficando cada vez mais difícil e imprevisível para a personagem, porque são tantos mistérios, mentiras e traições que uma hora já não é mais possível para a personagem saber em quem confiar: entre os Blackcoats e o algoritmo de Hideo. Dado que o livro dá uma reviravolta tão grande e inesperada que quase fiquei sem fôlego e em menos de duas páginas Marie Lu já abala com outras revelações.


Para fazer acontecer, basta acreditar. (pag.158)


O livro tem várias cenas e frases marcantes para o contexto, e essa lembrou-me um pouco da essência do filme Fragmentado, em ambas as histórias cada vez mais que nos aprofundamos na história ela fica cada vez mais sombria e insana, onde os planos reais das pessoas são ao mesmo tempo assustadores e perigosamente coerentes.


A imagem permanece na minha mente enquanto penso nos dois, dispostos a fazer coisas terríveis para salvar o mundo. (pag.169)


Manipulação. Ganância. Poder. Até onde o ser humano é capaz de fazer para se tornar perpétuo? A crueldade é algo necessário para se chegar a um “fim” aceitável? A vida de uma pessoa vale menos do que de outras milhares?  São essas questões que nos deparamos ao longo da narração. O jogo vai ficando cada vez mais apertado e perigoso para Emika Chen.


Mentiras são contadas com mais facilidade quando você não as vê como mentiras. (pag.126)


Com tantos temas refletidos no enredo, a autora também nos mostra que assim como Warcross é transformador para as pessoas, os jogos também o são, pois pode salvá-las de realidades terríveis vividas por elas. Traz um aspecto positivo para a influência que os jogos têm ou podem ter na vida na sociedade.


Quando estava cheguei ao clímax da história, percebi que nunca estarei emocionalmente preparada para às reviravoltas criadas pela Marie Lu, porque, sério, oh mulher com uma facilidade de mudar o jogo incontáveis vezes e nos deixar simplesmente alucinados com tudo que estava nas entrelinhas, é realmente sensacional e vibrante sentir o turbilhão de emoções que a narrativa nos desperta.


A partida final é tão labiríntica e emocionante que é ilusório prever o que realmente pode acontecer, a única certeza que temos é que continuaremos torcendo para que Emi consiga fazer sua revanche e acabar com o algoritmo de Hideo e todos os planos que os envolve.


Talvez eu devesse parecer uma heroína. Mas não é isso que sinto. Sempre é mais fácil destruir do que criar. (pag.282)


Não bastando vivenciar todo esse efervescência, teve uma cena  nos capítulos finais que me abalou demais, pois foi tão bem escrita, de uma forma delicada e profunda, fazendo um simples  diálogo ser algo tão singular e significativo, que foi extremamente impossível não chorar. Foi uma das cenas mais lindas que já li em livros e provavelmente ficará marcada na minha memória por bastante tempo.   


A vida é sempre assim: você não sabe quando vai conseguir sair das circunstâncias, nem se vai despencar nelas de novo. (pag.121)


O desfecho dessa duologia não poderia ter terminado de uma forma mais enlouquecedora e reconfortante, como Marie Lu conseguiu finalizar uma série tão linda e cativante que fica complicado descrever como foi a leitura desse livro, ainda mais quando lemos a última linha e o sentimento que fica é o de gratidão pelo respeito e todo carinho que a autora teve em finalizar a história, orgulho porque novamente ela não nos decepcionou e deixou a desejar em nada. O mundo de Warcross será eterno, parece que realmente fiz parte desse universo virtual.


Fico extremamente  emocionada quando vou falar sobre os livros da Marie Lu, porque ela consegue englobar tantas questões importantes em seu universo fictício. Eu duvido muito que alguém que leia esse livro não fique apaixonado pela história.


A Editora Rocco está de parabéns pela edição do livro, todo o cuidado  e carinho que tiveram na confecção da capa, tradução e revisão. Nós agradecemos pela confiança e parceria.

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