Ted Bundy definitivamente foi um filme reflexivo e um pouco desconcertante. A primeira cena já é intrigante e já causa certas expectativas quanto a performance de Zac Efron e ao enquadramento, sob qual perspectiva fariam quanto a história de Ted Bundy.
O filme começa mostrando como era a relação de Bundy com sua namorada Liz, no início acompanhamos uma história de amor, mesclada com um certo receio por parte do expectador quanto às intenções de Ted quanto a Liz e sua filha. No entanto, o que encontramos é um cara feliz e apaixonado, um estudante de direito tranquilo que está frequentemente com a cara nos livros.
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De repente, a narrativa toma um novo rumo, e antes um rosto sedutor que parecia inocente começa a receber novos olhares e colocado sob suspeita. Num primeiro momento, somos levados a realmente duvidar da veracidade dos fatos levantados contra Bundy, sobre sua inocência e até um possível complô contra ele, no entanto a própria narrativa e as atitudes e palavras do suspeito nos levam a refletir melhor sobre o que estamos pensando.
Ao longo do enredo, somos envolvidos pela história e ficamos ansiosos para saber como será o desenvolvimento de Bundy no tribunal, até onde sua manipulação é capaz de atingir e até quem atingir.
Vemos uma multidão de pessoas tanto fascinadas quanto assustadas pelo serial killer, mas ainda assim todos estavam com suas TV´s ligadas para acompanhar o julgamento de Ted Bundy, o sedutor e irresistível homem preso injustamente.
O mais impressionante no filme é a condução da narrativa, já que a vemos como se fosse pela perspectiva de Liz, em como vemos a face do serial killer, a própria narrativa nos leva a refletir sobre o serial, fica a critério do espectador acreditar ou não na história. O que é humanamente impossível não acreditar que Ted Bundy tenha sido culpado.
Diante de toda comoção que ele causou para realmente mostrar que era inocente foi sendo até determinado tempo a favor dele, mas o que antes era a sua vantagem acaba sendo sua fraqueza. Ted Bundy realmente sabia lidar com as palavras, sabia fazer um belo discurso e cativar os expectadores, principalmente as mulheres, não a toa é mostrado como era possível que houvesse mulheres que caíssem no seu discurso.
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Enquanto somos conduzidos ao o julgamento de Ted, também ficamos intrigados quanto aos problemas que Liz passava, e nos perguntamos o porquê da mulher se sentir tão culpada e sufocada com a prisão de seu ex.
Poderiam ter explorado melhor a participação de Liz nessa história, e ter aproveitado a própria atuação de Lily Collins, porém a atriz acabou sendo pouco explorada e utilizada apenas para tapar buracos e encerrar a cena inicial.
Enquanto a atuação de Lilly Collins foi mal aproveitada, a atuação de Zac Efron foi muito bem explorada, porque o ator está simplesmente incrível em toda a sua performance em incorporar as características de Ted Bundy, a semelhança do ator com o serial killer é incrível e ele soube aproveitar bem esse quesito.
Percebemos isso com as cenas mostradas durante os créditos, onde vemos filmagens reais de Bundy, e em como não só as falas eram idênticas como o próprio desenvolvimento de Zac Efron. Encontramos uma atuação que não sabíamos que o ator era capaz de fazer.
A participação do Jim Parsons é bem pequena, apesar de seu personagem ser o promotor e trabalhar na acusação contra Bundy. Ainda assim, sua atuação era uma mistura com seu personagem e o do Sheldon.
As duas cenas finais foram impactantes e sensacionais, foi impossível desgrudar os olhos da tela para acompanhar o discurso de Ted e o desfecho da cena inicial. Pra mim, foram um dos melhores momentos durante todo o filme.
No geral, o filme é bom, não é uma história de terror ou terror psicológico, mas sim uma história com um jogo psicológico, a própria condução da história é um. O filme quis mostrar a própria manipulação de Ted Bundy que são mais assustadoras que suas próprias ações, essas são mencionadas quase como meros detalhes e acredito que aqui esteja a chave que faz desse filme ser bom.
Trailer:
Por: Thaís Marinho
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