Crítica | Coringa


Desde o anuncio de "Coringa" a minha curiosidade foi despertada, seja para me sentir surpreendida, como o inesquecível vilão vivido por Heath Ledger ou me decepcionar assim como aconteceu com o desastre protagonizado por Jared Letto.

Contudo, a escalação de Joaquin Phoenix como o icônico personagem dos quadrinhos da DC de pronto atraiu todos os olhares da crítica e a cada notícia, still, teaser ou trailer divulgado o hype só aumentava, e ninguém está, estará ou estava pronto para o que ele levou para a telona!

De pronto, é válido dizer que não vá pensando ver um blockbuster. Entenda que trata-se de um filme de origem, onde acontece a construção de um personagem, que por mais que conheçamos sua história essa é contada de uma forma inédita e surpreendente.

Arthur Fleck, cresceu a margem da sociedade, excluído, desmerecido, desvalorizado. Passou por uma infância abusiva, desenvolveu problemas psicológicos como escape da violência sofrida, onde tudo que almejava era ser notado, ter a devida atenção e respeito e quem sabe, um pouco de amor e afeto.

Reprodução Warner Bros


Pesado? Esse é o teor do longa que conta sim a origem de um vilão mas, toca em uma ferida aberta e nunca cicatrizada na sociedade que mesmo em meio a trocentas campanhas, tende forçar pessoas que possuem doenças mentais (e quando falo doenças mentais, englobo depressão, ansiedade entre outras) agirem como se não as tivessem para se encaixar.

Uma obra de arte, em TODOS os sentidos. Seja pelas cores, sóbrias e pastéis para representas o ambiente que em Arthur vive, ou cores fortes e vibrantes para representar os momentos de surto; Seja pela fotografia e trilha musical que nos aprofundam ainda mais na trama; ou pelo roteiro que trás a tona (por mais clichê que pareça) uma vertente nunca antes explorada para o personagem. O que é real, o que é mentira? nunca saberemos!

Joaquin se entrega e sua atuação é espantosa, visceral e brilhante, e como uma homenagem referencia o Coringa de Heath Ledger em diversos momentos, tornando assim, aos olhos de quem nota, que um complementa o outro. O ator emociona ao dar voz a insanidade, e ver passo - a - passo a construção desse vilão é espetacular e cada cena é um show a parte, desde sua gargalhada descontrolada até a sua coreografia teatral. Simplesmente lindo de se ver.

Divulgação Warner Bros


As referências são de impressionantes, Nolan e Miller estão presentes full time, bem como a Gotham dos quadrinhos e os clássicos filmes dos anos 70 que irão satisfazer -e muito- os fãs do homem-morcego; principalmente o paradoxo criado por Todd Phillips entre Bruce e Arthur que é simplesmente uma das cenas mais significativas do longa.

Violento, em todos os sentidos que possam existir nessa palavra. Coringa não agradará todos. Cult por assim dizer, e repleto de significados; não espere muitas cenas de ação, e sim entrega, muita entrega de Phoenix. enfim, tudo que foi dito, será ínfimo perto da grandiosidade que irá presenciar no cinema. Simplesmente assista. 

Coringa estreia dia 3 de outubro nos cinemas.


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